Ser Médium


A mediunidade é uma faculdade natural do ser humano. Todos a possuem, embora em graus diferentes. Ela sempre existiu, em todos os lugares e em todos os tempos. Pode-se dizer que quase todas as religiões nasceram através dela.
Contudo, foi a 31 de março de 1848 que aconteceu uma verdadeira explosão mediúnica, que logo se espalharia pelos Estados Unidos e posteriormente pela Europa, mas foi o estudo profundo, com bases científicas de Allan Kardec, que normatizou a prática mediúnica no Espiritismo. Dizemos no Espiritismo, porque a Doutrina Espírita não pode interferir em seitas ou religiões que utilizam a mediunidade.

O Livro dos Médiuns, o mais perfeito compêndio sobre mediunidade que já se publicou no mundo, tem as diretrizes seguras para os que desejam entrar nesse campo do conhecimento. Nenhum curso de mediunidade pode ignorar as diretrizes deixadas por Allan Kardec, que não foi um secretário dos espíritos, como alguns espíritas retrógrados ainda pensam, mas um elaborador, um construtor da Doutrina Espírita, auxiliado por uma gama imensa de espíritos superiores.
Algumas diretrizes são simples e precisam ser pensadas e praticadas. Por exemplo: a mediunidade gratuita. Não se pode colocar um preço no trabalho dos espíritos, nem em moeda sonante, nem em bajulações que levam a privilégios indevidos.
Todos somos médiuns, e mediunidade não é problema nem causa sofrimentos. Contudo, reconhecemos que existem pessoas mais vulneráveis à atuação dos espíritos, e não devem lidar com mediunidade sem um rígido controle de alguém com grande conhecimento e experiências. Quem são elas? As pessoas exóticas, excessivamente místicas, com desvios de personalidade. Pessoas mentalmente incapazes, ou com déficit de inteligência ou carência afetiva manifesta. As pessoas excessivamente crédulas porque são facilmente fascinadas por pessoas e espíritos. E também as crianças não devem lidar com mediunidade porque lhes falta o discernimento e podem abusar das suas condições e ter reações adversas.
Ser médium não significa ser missionário, ter missões especiais, não é um salvador do mundo, nem dispensador das graças de Deus. É tão somente ser intermediário entre dois planos de vida do universo.

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