Mensagem aos Médiuns
Venho exortar a quantos se
entregaram na Terra à missão da mediunidade, afirmando-lhes que, ainda em vossa
época, esse posto é o da renúncia, da abnegação e dos sacrifícios espontâneos.
Faz-se mister que todos os Espíritos, vindos ao planeta com a incumbência de
operar nos labores mediúnicos, compreendam a extensão dos seus sagrados deveres
para a obtenção do êxito no seu elevado e nobilitante trabalho.
Médiuns! A vossa tarefa deve ser
encarada como um santo sacerdócio; a vossa responsabilidade é grande, pela
fração de certeza que vos foi outorgada, e muito se pedirá aos que muito
receberam. Faz-se, portanto, necessário que busqueis cumprir, com severidade e
nobreza, as vossas obrigações, mantendo a vossa consciência serena, se não
quiserdes tombar na luta, o que seria crestar com as vossas próprias mãos as
flores da esperança numa felicidade superior, que ainda não conseguimos
alcançar! Pesai as consequências dos vossos mínimos atos, porquanto é preciso
renuncieis à própria personalidade, aos desejos e aspirações de ordem material,
para que a vossa felicidade se concretize.
Felizes daqueles que, saturados
de boa-vontade e de fé, laboram devotadamente para que se espalhe no mundo a
Boa Nova da imortalidade. Compreendendo a necessidade da renúncia e da dedicação,
não repararam nas pedras e nos acúleos do caminho, encontrando nos recantos do
seu mundo interior os tesouros do auxílio divino. Acendem nos corações a luz da
crença e das esperanças, e se, na maioria das vezes, seguem pela estrada
incompreendidos e desprezados, o Senhor enche com a luz do seu amor os vácuos
abertos pelo mundo em suas almas, vácuos feitos de solidão e desamparo.
Infelizmente, a Terra ainda é o
orbe da sombra e da lágrima, e toda tentativa que se faz pela difusão da
verdade, todo trabalho para que a luz se esparja fartamente encontram a
resistência e a reação das trevas que vos cercam. Dai nascem as tentações que
vos assediam, e partem as ciladas em que muitos sucumbem, à falta da oração e
da vigilância apregoadas no Evangelho.
QUEM SÃO OS MÉDIUNS NA SUA GENERALIDADE
Os médiuns, em sua generalidade,
não são missionários na acepção comum do termo; são almas que fracassaram
desastradamente, que contrariaram, sobremaneira, o curso das leis divinas, e
que resgatam, sob o peso de severos compromissos e ilimitadas
responsabilidades, o passado obscuro e delituoso. O seu pretérito, muitas
vezes, se encontra enodoado de graves deslizes e de erros clamorosos. Quase
sempre, são Espíritos que tombaram dos cumes sociais, pelos abusos do poder, da
autoridade, da fortuna e da inteligência, e que regressam ao orbe terráqueo
para se sacrificarem em favor do grande número de almas que desviaram das
sendas luminosas da fé, da caridade e da virtude. São almas arrependidas que
procuram arrebanhar todas as felicidades que perderam, reorganizando, com
sacrifícios, tudo quanto esfacelaram nos seus instantes de criminosas
arbitrariedades e de condenável insânia.
AS OPORTUNIDADES DO SOFRIMENTO
As existências dos médiuns, em
geral, têm constituído romances dolorosos, vidas de amargurosas dificuldades,
em razão da necessidade do sofrimento reparador; suas estradas, no mundo, estão
repletas de provações, de continências e desventuras. Faz-se, porém, necessário
que reconheçam o ascetismo e o padecer, como belas oportunidades que a
magnanimidade da Providência lhes oferece, para que restabeleçam a saúde dos
seus organismos espirituais, combalidos nos excessos de vidas mal orientadas,
nas quais se embriagaram à saciedade com os vinhos sinistros do vicio e do
despotismo.
Humilhados e incompreendidos,
faz-se mister que reconheçam todos os benefícios emanantes das dores que
purificam e regeneram, trabalhando para que representem, de fato, o exemplo da
abnegação e do desinteresse, reconquistando a felicidade perdida.
NECESSIDADE DA EXEMPLIFICAÇÃO
Todos os médiuns, para realizarem
dignamente a tarefa a que foram chamados a desempenhar no planeta, necessitam
identificar-se com o ideal de Jesus, buscando para alicerce de suas vidas o
ensinamento evangélico, em sua divina pureza; a eficácia de sua ação depende do
seu desprendimento e da sua caridade, necessitando compreender, em toda a
amplitude, a verdade contida na afirmação do Mestre: “Dai de graça o que de
graça receberdes.”
Devendo evitar, na sociedade, os
ambientes nocivos e viciosos, podem perfeitamente cumprir seus deveres em
qualquer posição social a que forem conduzidos, sendo uma de suas precípuas
obrigações melhorar o seu meio ambiente com o exemplo mais puro de verdadeira
assimilação da doutrina de que são pregoeiros.
Não deverão encarar a mediunidade
como um dom ou como um privilégio, sim como bendita possibilidade de reparar
seus erros de antanho, submetendo-se, dessa forma, com humildade, aos alvitres
e conselhos da Verdade, cujo ensinamento está, frequentemente, numa inteligência
iluminada que se nos dirige, mas que se encontra igualmente numa provação que,
humilhando, esclarece ao mesmo tempo o espírito, enchendo-lhe o íntimo com as
claridades da experiência.
O PROBLEMA DAS MISTIFICAÇÕES
O problema das mistificações não
deve impressionar os que se entregam às tarefas mediúnicas, os quais devem
trazer o Evangelho de Jesus no coração. Estais muito longe ainda de solucionar
as incógnitas da ciência espírita, e se aos médiuns, às vezes, torna-se preciso
semelhante prova, muitas vezes os acontecimentos dessa natureza são também
provocados por muitos daqueles que se socorrem das suas possibilidades.
Tende o coração sempre puro. É
com a fé, com a pureza de intenções, com o sentimento evangélico, que se podem
vencer as arremetidas dos que se comprazem nas trevas persistentes. É preciso
esquecer os investigadores cheios do espírito de mercantilismo!... Permanecei
na fé, na esperança e na caridade em Jesus - Cristo, jamais olvidando que só
pela exemplificação podereis vencer.
APELO AOS MÉDIUNS
Médiuns, ponderai as vossas
obrigações sagradas! preferi viver na maior das provações a cairdes na estrada
larga das tentações que vos atacam, insistentemente, em vossos pontos
vulneráveis.
Recordai-vos de que é preciso
vencer, se não quiserdes soterrar a vossa alma na escuridão dos séculos de dor
expiatória. Aquele que se apresenta no Espaço como vencedor de si mesmo é maior
que qualquer dos generais terrenos, exímio na estratégia e tino militares. O
homem que se vence faz o seu corpo espiritual apto a ingressar em outras
esferas e, enquanto não colaborardes pela obtenção desse organismo etéreo,
através da virtude e do dever cumprido, não saireis do círculo doloroso das
reencarnações.
*Espírito: Emmanuel
Abraços Fraternos .:.
Bruxo Branco
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